“O Karate visa construir o caráter, melhorar o comportamento humano e cultivar a modéstia; no entanto, não garante isso.”
– Yasuhiro Konishi
“O Karate visa construir o caráter, melhorar o comportamento humano e cultivar a modéstia; no entanto, não garante isso.”
– Yasuhiro Konishi
Publicado originalmente no site da Associação Karate-Do Tanaka em 13/10/2017
Um discurso comum, mas verdadeiro, é que em certos aspectos a sociedade está passando por um processo de degradação. Ao mesmo tempo em que temos avanços sociais e que discussões importantes vêm à tona, há uma forte cultura de individualismo e ódio vigente, onde só importa o que é conveniente para você, independente dos meios, e o outro (especialmente o diferente) acaba sendo tratado como menos que humano. Vemos isso em várias frentes, desde discussões ideológicas, na política, nas disputas no ambiente de trabalho ou mesmo em brigas por simples assento no metrô. Algo fundamental está faltando. Continuar lendo
Este vídeo é um breve registro do Seminário Internacional de Okinawa Kobudo realizado em 11 de maio de 2019, na Associação Aichi do Brasil (São Paulo/SP). O evento foi ministrado pelos Sensei Flavio Vicente de Souza (Okinawa Kobudo Jinbukai – filial Brasil), que ministrou técnicas de tonfa; e Kimihito Kirii (Ryukyu Kobudo Shimbukan – filial Tóquio/Japão), que ministrou técnicas de nunchaku e sai. Na oportunidade participei com meus alunos Fabio Freitas e Sergio Costa. Continuar lendo
Tradução do texto publicado originalmente em inglês no Facebook por Filip Konjokrad, autor dos livros History and Stories of Goju-Ryu e Goju-Ryu Toudi Jutsu Nyumon. A escola fundada por Izumikawa tem um interessante legado dentro do Goju-Ryu por sua linhagem ligada a Seiko Higa, que vale a pena conhecer.
As diversas colaborações de pessoas de interessadas em se aprofundar de preservar a história das artes marciais, somadas, geram resultados fascinantes e expandem o conhecimento. Se tratando do Karate no Brasil, isso também é verdade: novos detalhes sobre a prática no País surgem por meio dessas colaborações. Recentemente, repercuti sobre os primórdios do Karate no Brasil falando um pouco sobre os primeiros mestres, entre eles Motoku Yabiku, que por conta de um registro em vídeo de 1951 é o primeiro professor conhecido de Karate no Brasil. Yabiku chegou ao País em 1917, se estabelecendo no Estado de São Paulo, mas não se tem registro (até o presente momento) dele ter praticado abertamente ou ensinado Karate nessa época.
Eis que, ao falar no Facebook sobre as informações que tenho sobre o Karate no Brasil, algumas pessoas compartilharam comigo alguns detalhes para expandir essa história. Entre eles, uma descoberta fascinante. Em 18 de julho de 2020, durante uma live no canal da Confederação Brasileira de Kendo, Luiz Kobayashi Sensei*, pesquisador e praticante das artes da espada japonesa, apresentou um registro histórico raríssimo: Continuar lendo
Tradução do texto publicado pelo Centro de Informações do Karate de Okinawa, em 3/7/2020. Trata-se de um discurso do mestre Shoshin Nagamine (1907-1997), fundador do Matsubayashi-Ryu, em uma demonstração em 1967. Apesar de curta, a fala de Nagamine Sensei resume o Karate como ferramenta do desenvolvimento humano, em consonância com outros mestres que falaram dos benefícios do Karate, como Funakoshi e Miyagi. Continuar lendo
Abaixo, reproduzo texto publicado originalmente no site www.karate-do.com.br sobre uma figura muito importante do Karate brasileiro, o pioneiro mestre Shikan Akamine. O motivo da publicação é que a página original foi tirada do ar em algum momento no começo de 2019. Considero o conteúdo relevante e era um dos primeiros resultados sobre Akamine que apareciam na pesquisa. Felizmente, a antiga página pode ser acessada com a ferramenta Wayback Machine, mas ainda é pertinente facilitar a consulta para todos. Continuar lendo
Recentemente, o Karate Nerd™ Jesse Enkamp publicou um vídeo sobre o kata Seisan (十三) e sobre como ele descobriu a suposta versão original do kata na China, com um mestre do estilo Loja de Incenso (Xiāng Diàn Quán), que seria um descendente direto do estilo praticado pelos monges Shaolin de Fujian. Explorar as raízes do Karate é ótimo e fazer comparações entre os diversos kata também, mas acredito que é preciso um pouco de cautela com afirmações categóricas como “essa é a versão” mais antiga ou, no caso, mesmo que essa seria uma versão do Seisan. Continuar lendo
Em nossa jornada no Karate, para fazer o melhor em nossa prática, é indispensável conhecer nossas raízes. Parte disso passa por estudar os relatos e as perspectivas dos grandes patriarcas da arte. Algumas são mais fáceis de encontrar, como os textos de Gichin Funakoshi, enquanto outras são menos acessíveis, por não terem sido traduzidas ou por serem menos conhecidas, entre outros fatores. Todo esforço para que essas obras alcancem o maior número de pessoas é importante: são peças do grande quebra-cabeça que forma a nossa arte, afinal. Continuar lendo
Versão podcast no final do post
Quando a arte marcial então conhecida como Toude foi desenvolvida no antigo reino de Ryukyu, localizado ao sul do Japão, havia um objetivo bem definido: ser um método de defesa pessoal civil eficiente. Para esse processo ter êxito, a arte foi lapidada através de gerações, sendo refinada por meio da inteligência coletiva até resultar nos sofisticados registros técnicos e táticos conhecidos como kata. Esse propósito primordial foi descrito em depoimentos de grandes mestres como Anko Itosu (“uma forma de evitar ferimentos usando as mãos e os pés caso o indivíduo seja confrontado por um bandido ou encrenqueiro”) ou Chojun Miyagi (“antigamente, a política de ensino do Karate enfatizava as técnicas de autodefesa”), entre outros. Continuar lendo