Indicação: Karate Virtual, um espaço de aprendizado para os praticantes ao redor do mundo

O Karate sempre foi uma arte que valoriza a busca constante pelo aprendizado. Isso foi defendido inclusive por grandes patriarcas da arte como Gichin Funkoshi[1] e Chojun Miyagi[2]. Por isso, é sempre excelente quando os karateka se reúnem para compartilhar informações de forma aberta, receptiva e respeitosa. Digo mais: é fundamental. O Karate atualmente não é um só, mas vários, e para entendê-lo de forma ampla devemos buscar ativamente e compartilhar conhecimento. Essa troca eleva e fortalece o Karate.

Um ótimo exemplo de ambiente de aprendizado é o Karate Virtual, que se define como “uma organização que funciona como um fórum online internacional com o objetivo de promover a unicidade de todos os estilos de Karate e discutir as artes marciais em geral.” Isso é feito por meio de encontros que ocorrem a cada duas semanas, sempre aos sábados às 12:00 GMT (15 horas no horário de Brasília), com algum convidado ilustre compartilhando um pouco de seu conhecimento, perspectiva e/ou trajetória no Karate.

Eu tomei conhecimento sobre o Karate Virtual primeiramente em fevereiro deste ano, quando eles realizaram uma palestra com o sensei brasileiro Mahomed Chales, de Curitiba/PR, que representa no Brasil a escola Senbukai de Gōjū-ryū. Além dele, também outros grandes nomes participaram, como o também brasileiro sensei Flavio Vicente de Souza (Shōrin-ryū Karate e Kobudō Jyureikan), Patrick MacCarthy, Andreas Quast, Christian Bellina, James Pankiewicz e outros. É um trabalho tão engajado que já chega a 50 reuniões, sendo que algumas das palestras também estão disponíveis na Bujin.tv, um streaming voltado para os praticantes de artes marciais.

Com membros de vários países, inclusive do Brasil, o Karate Virtual não tem fins lucrativos e “sempre fornece traduções conforme necessário, em inglês, espanhol e/ou português, devido ao público internacional que varia a cada encontro.” É possível acompanhar as palestras ao vivo, de forma gratuita via Zoom, inclusive para fazer perguntas aos palestrantes. O conteúdo posteriormente também é publicado no canal do grupo no YouTube.

Para quem ainda não conhece o ótimo trabalho realizado pelo Karate Virtual, minha dica curtir a página do grupo no Facebook e se inscrever no canal do YouTube. Confira o material rico que já foi publicado e fique de olho nas próximas apresentações. Iniciativas como essa merecem ser conhecidas, apoiadas e divulgadas por todos que valorizam o estudo do Karate, a união e construção de conhecimento que a nossa arte pode proporcionar.


[1] “A fim de manter o interesse e o entusiasmo pelo karate, a pessoa deve tentar obter uma compreensão completa do karate apreciando os katas realizados por outros, ouvindo os pontos de vista dos outros sobre o karate, lendo livros e, especialmente, assistindo a apresentações de karate tão frequentemente quanto possível, bem como praticar com a makiwara e outros equipamentos de treinamento.” Karate-Do Kyohan, pg. 38. (Kodansha, 1973.)

[2] “Devemos abrir o Karate ao público e receber críticas, opiniões e estudos de outros proeminentes artistas de luta.” Texto Esboço Histórico do Karate-Do, Arte Marcial de Ryukyu

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